Definição de Cerâmica

O que é a cerâmica?

Cerâmica

Uma das maiores dúvidas de quem nos visita prende-se com a própria definição de cerâmica. Usualmente confundimos termos simples como barro, argila e cerâmica.

Vou tentar de um modo simplificado responder a esta questão.

A cerâmica, palavra derivada do termo original Grego “Keramus”, significa terra ardida, ou terra queimada, o que quer dizer que a cerâmica resulta da cozedura de, por exemplo, um ou mais barros.

Será o barro cerâmica?
Não!
O barro só se transforma em cerâmica após cozedura. Até lá, é uma rocha com comportamento plástico quando colocada em água, podendo secar e humedecer-se para fazer e refazer peças.

Será a cerâmica feita a partir do barro?
Pode ser, mas nem só de barro se faz cerâmica. A cerâmica pode ser produzida a partir de inorgânicos não metálicos quando submetidos a uma cozedura a altas temperaturas. Por exemplo o processamento de um granito, a sua conformação e sinterização resultará num componente cerâmico. O mesmo acontece com as esferas refractárias de alumina.

Se a cerâmica pressupõe cozedura, irei tentar agrupar de acordo com a função os diversos cerâmicos conhecidos:

1) Cerâmica de barro vermelho

Barro

A cerâmicas de barro vermelho, poderá ser ornamental ou estrutural. São utilizados normalmente dois barros; um mais plástico, denominado gordo, e um com menor plasticidade designado por magro.

2) Pavimento e revestimento

Serão diversificadas as composições que resultam na produção cerâmica de pavimento e revestimento. Dependendo da composição das pastas e temperaturas de cozedura, poderemos ter azulejos,  grés, grés porcelânico, porcelanato, pastilha… Poderão ser ou não vidrados, consoante a aplicação a que se destinam. Nem todos terão a mesmaresistência ao uso e correspondente abrasão.

3) Cerâmica branca

Cerâmica branca

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A família da cerâmica branca é muito amplo e não terá de ter a mesma formulação.
A cor branca tanto poderá ser dada por matérias primas seleccionadas usando argilas como o caulino, com alto grau de pureza e quase isento de óxido de ferro ( responsável pela cor avermelhada), mas também pode ser atribuído a engobes e vidrados opacos da mesma cor.

Podia agrupar de um modo geral a cerâmica branca nas seguintes categorias:
– Louça de mesa e artística (faianças, grés e porcelana)
– Louça sanitária

 4) Cerâmicos técnicos

Fazem parte deste grupo os abrasivos, refractários, isolantes térmicos,

5) Cerâmicos especiais

Feitos a partir de matérias primas sintéticas de elevada pureza, permitem o desenvolvimento de componentes para os mais variados fins: aeronáutica, electrónica, bio-materiais, ferramentas de corte…

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Barbotina

Barbotina ou lambugem

Barbotina

A barbotina, também designada por lambugem é uma suspensão argilosa usada para enchimentos de moldes ou colagens de componentes como pés e asas.

Composição – qualquer argila misturada com água origina uma barbotina. Há, no entanto, pastas mais complexas e compostas dependendo do resultado cerâmico pretendido. Podemos usar argilas diversas, areia e um fundente (feldspato, dolomite, calcite…) se quisermos criar uma pasta de faiança ou até mesmo de porcelana.

Barbotina para enchimento –  Se o objetivo é produzir peças por enchimento de moldes de gesso, convém ter alguns cuidados nas características técnicas da barbotina que se vai utilizar. Dependendo do produto pretendido devo ter em atenção duas características físicas:

                 Densidade – A densidade indica-nos qual a quantidade de sólidos que estão presentes na suspensão. Em termos práticos basta pesar 5 litros de barbotina e verificar a sua massa: a razão entre a massa e o volume dá-nos a indicação da densidade da barbotina.

                  Viscosidade– A viscosidade de uma barbotina não é mais que uma medida da fluidez da pasta cerâmica líquida, ou seja a sua resistência ao escoamento. Podemos pegar num copo de plástico, fazer um furo no fundo. Enchendo o copo com a suspensão podemos medir o tempo que leva a barbotina a escoar.  Esse tempo de escoamento dará uma indicação da sua viscosidade.

É necessário ter em atenção como posso variar os dois parâmetros por forma a  otimizar as propriedades reológicas da minha suspensão. Se relativamente à primeira(densidade) a resposta é direta, (basta juntar água para diminuir a densidade) relativamente à viscosidade temos de ter fundamentalmente em atenção a temperatura, uma vez que barbotinas aquecidas têm normalmente melhores comportamentos que barbotinas frias. Podemos também adicionar um agente externo, designado por desfloculante para tentarmos diminuir a viscosidade da suspensão.

ALERTA: Se não tem prática, tenha em atenção à quantidade de desfloculante que vai adicionar…

Barbotina para colagens – Se o objetivo é preparar uma barbotina para colagens de acessórios tais como asas ou pés,  a mesma não deve possuir desfloculante na composição e há uma regra de bom senso a seguir:

– Quanto menos água tiver a cola a preparar, menor vai ser a retração da mesma e por conseguinte menor vai ser a probabilidade de quebra.

pasta atomizada  Pasta atomizada pronta a usar, em sacos de 2,5 / 5,0 / 25 Kg
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Roda de Oleiro

Mestre Adelino Laranjeira

Mestre Adelino Ferreira Laranjeira – Funceramics

Julga-se que a Roda de Oleiro terá a sua origem na Mesopotâmia  cerca de 4500a.c. As primeiras rodas seriam feitas em pedra e não teriam a configuração atual. Pesadas não rodariam com grande velocidade, mas auxiliariam na produção das peças de barro. Por volta de 3500 a.c. já a roda estaria a ser utilizada com alguma regularidade, por várias civilizações.

Há quem defenda que a Roda de Oleiro é originária do antigo Egipto.
Independentemente de polémicas envolvendo a origem da Roda de Oleiro, é um dado adquirido que ela foi a grande impulsionadora da produção em série de peças cerâmicas de secção circular…Julga-se que por volta de 3000 a.c. tivessem aparecido as primeiras rodas com um campo circular e um eixo vertical tocadas com o pé tal como as que chegam aos nossos dias.

Apesar das diferentes adaptações existem 3 géneros de rodas de oleiro distintas umas das outras:

1) A Roda Baixa.

Museu rural do Marão

Museu rural do Marão

A Roda baixa, com uma altura de aproximadamente 30 a 40 cm de atura e cerca de 50 a 70 cm de diâmetro, era feita numa estrutura de madeira e a roda em si talhada em pedra ou feita em madeira grossa. A Roda é então girada com a mão para se iniciar a produção das peças.

2) Roda Alta.

Roda de Olleiro

Funceramics – Roda Alta

A Roda Alta tocada com o pé, é a Roda tradicional da Freguesia de Aradas em Aveiro.
Esta Roda de Oleiro tem a particularidade de poder ser parada rapidamente e em qualquer momento do processo produtivo. A sua velocidade varia consoante a necessidade do artesão nas diferentes etapas de produção.

Roda de Oleiro           Roda de Oleiro

I – Campo da Roda ( plano circular onde o Oleiro toca a Roda com o pé)
II – Estribeira (placa de madeira inclinada onde o Oleiro pousa os pés. A altura a que está a estribeira é muito importante uma vez que o Oleiro se serve da sua perna direita para manter  o corpo firme enquanto trabalha.
III – Assento
IV – Banca (plano da Roda onde o Oleiro coloca o barro, as ferramentas e peças que vai fazendo)
V – Cabeça da Roda (placa circular onde nasce toda a obra)
VI – Bancal (Rolamento onde encaixa o veio da Roda de Oleiro)
VII – Veio (prumo vertical normalmente em madeira ou ferro que liga a Cabeça da Roda, ao Campo da Roda)
VIII – Afinação da Roda (Conjuntode parafusos e porcas que apertam mais, ou menos o Veio de moda a permitirem um perfeito equilíbrio na rotação dos diferentes elementos)
IX – Samarra do Veio (Conjunto de feltros onde gira a parte superior do veio da Roda)

3) Roda elétrica.

Roda eléctrica

A Roda elétrica é a mais recente. A força motriz é exercida por um motor e a velocidade de rotação é alterada por alavanca manual ou pedal.

 

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